Reciclagem de veículos
Destinação ambientalmente correta dos veículos
A preocupação com o meio ambiente integra a missão do DetranRS, e sua ação na reciclagem de veículos é pioneira no País, garantindo a destinação ecologicamente correta dos chamados materiais inservíveis. A Autarquia iniciou em 2010 seu processo de reciclagem dos veículos que não podem voltar a rodar nas vias públicas e, desde então, quase 18 mil toneladas de materiais ferrosos retornaram para a indústria, deixando de poluir o entorno das nossas cidades e liberando espaço nos depósitos credenciados. A experiência gaúcha serviu de modelo para diversos outros Detrans.
Além de fonte de contaminação do solo e do lençol freático por vazamento de combustível e óleo e de oxidação de metais, as sucatas abandonadas transformam-se em criatórios de vetores de transmissão de doenças, como mosquitos e ratos. Elas também representam ônus ao Estado, que arca com a manutenção do sistema de remoção, guarda e liberação desses bens. A reciclagem dos veículos resolve esses problemas e ainda tem reflexos na segurança pública, pois ao serem totalmente descaracterizados com a compactação, impede-se o aproveitamento de placas e chassis para “esquentar” outros veículos que foram objeto de furto ou roubo, assim como a venda de suas peças por desmanches clandestinos.
Passo a passo
O processo de reciclagem se inicia bem antes das máquinas compactadoras entrarem em ação nos depósitos. O primeiro passo é um levantamento que define quantos e quais bens serão reciclados. Essa listagem irá compor um leilão de material inservível. Depois disso, é realizada a análise dos registros de cada um dos bens, para a notificação dos proprietários e autoridades envolvidas (Polícia ou Judiciário) para que retirem os veículos em 90 dias. Ao mesmo tempo, são analisadas as condições do veículo e seus sinais identificadores. Após os prazos legais, os bens são liberados para a empresa arrematante do leilão. Todo o processo é supervisionado por técnicos do DetranRS.
Uma vez liberado, o veículo passa por uma plataforma de descontaminação, que retira os materiais potencialmente poluidores, como fluidos, catalisador, cilindro de GNV e bateria. Depois disso, os veículos passam por compactação, de maneira a impedir o reaproveitamento de peças, e ainda reduzindo seu volume e os custos com transporte. O RS é o único Estado que utiliza máquinas compactadoras itinerantes, que vão até o depósito para proceder às primeiras fases da reciclagem.
Já no pátio da siderúrgica, o material compactado entra na fase de trituração e o restante (plástico, borracha, metal) é separado através de esteiras magnéticas e banhos químicos. A sucata metálica passa, por fim, pelo processo de fundição, voltando para a cadeia produtiva como matéria-prima.
Para o futuro, não está descartado um programa de logística reversa, ou seja, de aproveitamento detalhado dos resíduos sólidos que retornam às empresas para reaproveitamento, seja em seu próprio ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou ainda seguindo para outra destinação final ambientalmente correta. O projeto foi elaborado por uma engenheira mecânica da equipe técnica do DetranRS.